Korfball, os holandeses mais uma vez.
Isabela Pimentel - Publicado em 14/08/2011 12:08
Categoria: Esporte & Lazer
Contexto: Korfball, Modalidade de EsporteKorfball: sociabilidade em primeiro lugar.
Esporte coletivo estimula sociabilidade em crianças e jovens.
Por Isabela Pimentel
Um esporte surgido na Holanda vem conquistando seu espaço no Brasil, especialmente nos grandes centros urbanos: o Korfebol. Para quem não conhece, o esporte pode auxiliar no desenvolvimento infanto-juvenil, não apenas no ambiente escolar, como também no convívio social.
De acordo com Marcello Korfebol, professor de educação física , representante do esporte no país desde 1998 e técnico da seleção brasileira de Korfebol, o mais importante em sua prática é o estímulo à questão afetiva:
- Por ser um jogo de estratégia, não agressivo e envolver bola, o trabalho em equipe fica em primeiro lugar, muito mais que as demais modalidades esportivas coletivas, pelo fato de não poder se deslocar com a bola, ou seja, ao recebe-la você tem que passar para o companheiro que esteja em deslocamento. Essa regra torna o jogo democrático e estratégico, avalia.
Para os pequenos
Marcelo Korfebol afirma que o esporte pode ser um grande aliado dos educadores, pois auxilia o desenvolvimento de habilidades colaborativas. Ele ajuda a diminuir a agressividade por não ser permitido o contato físico, e auxilia bastante na questão do conflito entre os gêneros, já que o esporte é obrigatoriamente misto, enquanto que outros esportes separam os sexos, o korfebol une os gêneros, reflete.
Qualquer pessoa a partir de cinco anos de idade pode praticar o esporte, já que ele tem regras bastante flexíveis. A modalidade “korfebol família” chama atenção e é uma ótima oportunidade para estimular a convivência entre pais e filhos.
Diferente de outros esportes que conhecemos, com regras que acabam excluindo quem não tem um perfil competitivo ou “atlético”, o Korfebol é o esporte da inclusão, que pode e deve ser praticado por qualquer pessoa. Ele é reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional, praticado por 59 países em todo o Mundo, o Brasil é o primeiro país Sul Americano a desenvolver essa modalidade.
Korfball é isto:
Por Luís Peazê
No princípio era o jogo, onze para cada lado, uma bola e posições definidas. Aí os holandeses encantaram o mundo, pelas mãos do "General" Rinus Michels (o futebol é uma guerra) e a genialidade nos pés e cabeça de Cruyff, com a "Clockwork Orange", chamada por nós de Laranja Mecânica, e o futebol nunca mais foi o mesmo, a partir da década de 1970.
Depois de reinventarem o futebol, os holandeses espalham pelo mundo outra forma de jogar bola, deste vez misturando os sexos. É largamente praticado na Europa e é considerado o único esporte do mundo oficialmente praticado necessariamente “co-ed”, isto é, pelos dois gêneros, do contrário não rola.
O Korfball é um esporte de rapidez sem contato físico. Uma tentativa (arremesso) de escore, por exemplo, só pode ser feita a uma distância maior do que o alcance dos braços do oponente. É rápido porque o jogador (?) não pode correr com a bola – pegou, parou, arremessa ou passa. Sim, é praticado com uma bola, similar a de football (soccer, futebol), mas assemelha-se a algo entre o basquete e o netball. O campo de jogo é uma quadra com um poste (de 3,5 m de altura, ou, convenientemente, mais baixo), em cada extremidade, cada um com uma cesta (cesta mesmo, parece uma cesta de palha sem o fundo) no topo. Uma particularidade é que não há tabela ao redor da cesta, os arremessos podem ser feitos de qualquer lugar, inclusive por de trás da cesta.
Dois times competem (?) entre si, cada um com oito jogadores (?), sendo dois homens e duas mulheres em cada zona, isto é, quatro defensores e quatro atacantes (?). O escore é feito pelo arremesso da bola à cesta do adversário (?). Após dois escores, os times trocam os jogadores (?) de suas zonas, atacantes passam a defender, e defensores passam a atacar. Mas alto lá, como a coisa é nova neste planeta, essas regras não têm sido levadas muito a sério (de país para país), como em qualquer outra modalidade esportiva, vai forçando ela mesma suas predileções circunstanciais...
É praticado em 44 países, e está crescendo. Já é um esporte olímpico (?). E por que, afinal, esta profusão de pontos de interrogação?
Isto é uma forma de questionar o fato de os apologistas do Korfball promoverem sua inquestionável capacidade socializante fazendo comparações com outras modalidades realçando que não é um “jogo agressivo” (?) – talvez enquanto estiver no limbo que separa o jogo do entretenimento coletivo, a brincadeira da atividade lúdica entre gerações distantes.
Quando tornar-se só um jogo, não será difícil perceber na voracidade dos “jogadores” o resíduo bárbaro do tempo em que se celebrava uma vitória de batalha jogando com a cabeça do adversário, literalmente.
Links para saber mais sobre o Korfball: http://www.korfeblog.blogspot.com/
Isabela Pimentel
Jornalista/Historiadora
Contatos: (21) 9480-9106